Fala granjense O QUARTO PODER

Fala granjense crônica

O QUARTO PODER
por: João Batista Guilherme Correia
Educador da área de Geografia, poeta membro da Academia Rondoniense de Poesia. Cearense filho do município de Granja, mais precisamente do distrito de Ubatuba.
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O povo brasileiro convive com a existência de quatro poderes, sendo: o Judiciário, Legislativo, o Executivo e o Corruptivo, também chamado de paralelo. O último subdivide-se em vários outros poderes, citando alguns: o poder da criminalidade, o poder da violência, o poder do narcotráfico, o poder da mídia, o poder de quem pode mais, o poder do mais forte, entre outros.

Teoricamente os três primeiros poderes são soberanos, compete ao Legislativo a elaboração de leis, ao Executivo fazer a execução das leis, e ao Judiciário julgar e fiscalizar o fiel cumprimento das leis, na prática, infelizmente, existe outra realidade. O quarto poder entranhou-se nos outros três e é difícil saber até que ponto vai o poder de cada um deles.

O cidadão ao necessitar de proteção da justiça, deve primeiramente rogar a proteção da justiça divina e clamar para que encontre em seu caminho um defensor não "contaminado".

A sociedade convive diariamente com as famosas CPI's; uma delas é a CPI do judiciário, é um paradoxo criar uma comissão para investigar atos ilícitos no próprio poder que possui por competência julgar e fiscalizar o fiel cumprimento das leis. Neste caso foi o quarto poder que entrou em ação, através de uma de suas subdivisões. É pouco provável que seja encontrado um brasileiro consciente que não tenha acompanhado o famoso jogo de gato e rato do juiz "Lalau" com a justiça. Será difícil de apagar da memória de suas vítimas, a frieza cruel do parlamentar Hildebrando Pascoal. Esquecer o nome de Chico Mendes é negar a existência de consciência ecológica.

Os feitos de Fernandinho Beira Mar e as constantes fugas de presidiários colocam em cheque a segurança dos presídios brasileiros. Os registros escritos e os que não foram escritos (estão somente na memória de suas vítimas), levam a crer que a expansão do quarto poder é contínua. Primeiramente, atingiu o serviço público, que público mesmo é só no nome, qual o pobre com atestado de pobreza que conseguiu alguma isenção de impostos? E a saúde pública? E o ensino público?

Este último é uma verdadeira piada, existe um profissional mal pago, que se quiser fazer um bom trabalho deve dispor de seus próprios meios e fazer malabarismos para que possa realmente ensinar. Em campanhas publicitárias o governo diz que investe na educação, “está assegurada a merenda escolar", somente esquece de informar que são R$ 0,13 por aluno/dia; é pouco provável que alguém possa fazer uma refeição ou mesmo um lanche com um valor tão irrisório, quanto mais uma alimentação que atenda as 350 calorias, mínimas que é exigido, que se tenha no alimento oferecido pela escola ao aluno.

As campanhas eleitorais são verdadeiros espetáculos, custeados com dinheiro público, e em nome da democracia é necessário que o povo escolha alguns dos artistas que apresentam.
Ironicamente, os que apresentam condições de desempenhar com integridade de seus papéis, não recebem aplausos, e se mesmo sem aplausos conseguirem votos, estão fadados a conviverem ou a curvarem diante do quarto poder com suas subdivisões. Para aquele que não aceita a convivência pacífica e empunhando armas utilizando a força de um dos três primeiros poderes ou mesmo os três juntos, o fim é lastimoso: ou é covardemente assassinado ou não é reeleito; para desempenhar o mandato, na maioria das vezes está sozinho ou possui poucos aliados, o que dificulta o seu trabalho.

Na esfera privada é mais complicado, atuam, principalmente, as subdivisões do quarto poder: o poder de quem pode mais e o poder do mais forte. Ele pode inicialmente aparecer nas classes hierarquicamente superiores e numa cadeia vai atingindo outras classes ou percorrer o caminho inverso. Encontrado sempre no serviço público e privado. Os que somente possuem o poder de não poder, são as prováveis vítimas, é válido citar: a prostituta, o mendigo, o desempregado, o menor ou o idoso abandonado, o trabalhador que recebe o salário mínimo, os que sofrem violência doméstica, os homossexuais, etc.

Dizer que é possível apagar da história brasileira a existência do quarto poder com suas inumeráveis subdivisões é complicado, ele não está legalmente registrado, não consta em nenhum artigo da Constituição. Poderá ser encontrado: nas emendas, nas "brechas" das leis, na falta de uma política séria, no exercício inadequado da cidadania e da democracia, na falta de solidariedade, na falta de cumprimento do segundo maior mandamento cristão que é "amar ao próximo como a si mesmo", na instabilidade familiar, entre outros locais. Cabe ao cidadão brasileiro examinar o seu papel na sua história pessoal e na de seu país. É justo acrescentar na História Nacional o poder corruptivo?

Nela já consta a escravidão indígena e negra, o racismo, a exclusão e desigualdade social, a intolerância política e religiosa. Dizer um não é totalmente possível e deve ser dito a cada alto que prestigie o quarto poder, não importando que sejam atos próprios, do parente, do amigo, do político, do conterrâneo, isso exige, necessariamente, que sejam tomadas atitudes de civismo, de cidadania e de democracia.

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