quinta-feira, 29 de maio de 2008
J. Xavier Filho, passagem pela Granja, 2007,
quinta-feira, 22 de maio de 2008
As vaias e as reivindicações dos jovens
"O granjense é criador, agricultor, laborioso e especialmente artista. Não se encontra no povo um homem que não tenha um pequeno oficio; o que não é marceneiro, que é arte principal que caracteriza a industria do povo, é ferreiro, pedreiro, sapateiro ou ourives; cada qual tem em fim o seu oficio", escrever sobre nós o padre Vicente Martins, em 1912. Historicamente somos pessoas ricas na arte e trabalhadores. É bem verdade, pois, numa cidade onde os postos de emprego são inexistes, não deixamos a peteca cair. Vende-se picolé, pastel, milho e feijão ou monta-se barraca de na praça, mas não ficamos parados. Porém isso é pouco, pouquíssimo para o mundo de hoje. Estamos na era da informação, onde o capital é o conhecimento, não unicamente o dinheiro. As vaias, que não foram organizadas, provam que o granjense que de volta a glória e seu respeito dentro do Estado.
O granjense que se prece, sabe muito bem que nossa cidade já foi conhecida mundial pelo seu potencial econômico e, antigamente, só dava Granja no Estado do Ceará. Aqui já se ensinou inglês, francês, piano, violino e tínhamos vários jornais. Éramos respeito por nossa diversidade cultural. E Hoje? Agora te pergunto oh granjense. O que tu tens? Ruas esburacadas, jovens desempregados e usando crack e IDH baixo não contam!
Os jovens granjenses não mais querem ser rejeitados, humilhados social e politicamente. Nós jovens queremos e precisamos de espaços para a cidadania, a cultura, o lazer e ao trabalho digno e honesto, como manda o Estatuto da Criança e do Adolescente. Queremos ter acesso às criações e aplicações de políticas públicas e canais de dialogo, no sentido de construímos uma cidade que seja motiva de orgulho e não motivo de piadas.
Os jovens não querem se deixar escravizar por mentes miúdas. Querem fazer dowload da qualificação para o mercado de trabalho e da vida social e política decente, sem roubalheira. Ou será que as poucas pessoas que julgam, erroneamente, as vaias como ato de canalhismo não acessam internet. Meu povo! Vivemos na sociedade contemporânea informacional, onde o conhecimento e a informação não se prendem aos limites geográficos. Um povo que consente não tem a mesma força de um povo que grita a dor do descontente.
Lyhar Durat, Granja-Ce, 22-05-2008
domingo, 18 de maio de 2008
VAIA, que é de laranja!
VAIA, QUE É DE LARANJA!
Nunca na História da Granja um gestor municipal foi vaiado perante seus visitantes em praça pública. Nem em campanha eleitoral, onde o ato de vaiar é comum. Isso até ontem! Na noite de 17 de maio de 2008, na praça Cel. Luiz Felipe. O prefeito da cidade de Granja foi vaiado na solene ocasião de assinatura de ordem de serviços pelo Governador Cid Ferreira Gomes. Antes, no pronunciamento da secretaria Fátima Catuda, que ao pronunciar o nome do prefeito, ouviu-se algumas vaias. Quando o gestor municipal pegou o microfone para proferir algumas palavras de agradecimento ao convênio assinado como o Estado. A população soltou o verbo. Ou melhor tome vaia. Colocando o vaiado numa saia susta. As vaias, embora tímidas e dissonantes, se misturam a algumas palmas também desarmônicas. Isso sem falar dos cartazes erguidos na frente do Governado por alguns jovens que protestavam contra a oligarquia local e as condições sociais da cidade. Mesmo assim o prefeito foi firme, encerrou seu breve discurso, sem fugir das vaias.
É costumeiro o time que está perdendo ser vaiado em campo ou ao termino do jogo pela própria torcida. Talvez, pra não dizer com certeza, o time do senhor prefeito não está bem no campeonato. Isso pode ser pelo motivo, entre outras coisas (e muitas coisas), pelos buracos na cidade e a falta de políticas públicas que devolvam o orgulho de ser granjense à geração presente.
As vaias de ontem devem ser entendidas, não como um ato de deboche, canalhismo ou de desrespeito, mas como um termômetro da desaprovação do povo com a administração do gestor municipal. Sabemos que foram poucas pessoas que deram uns gritinhos. Grito que está preso na garganta de todo população. A diferença é que as pessoas que gritaram tiveram coragem, enquanto muitos estão impedidos pela amordaça invisível do medo de gritar, de reclamar, de gemer, de escrever e até de pensar.
Espero que ninguém perca a vida ou tenha algum familiar demitido de cargo público municipal na segunda feira. Pois a manifestação popular é assegurada por Leis Nacionais e Internacionais. A liberdade de expressão, ontem manifestada, embora não na sua melhor forma, é conquista árdua da sociedade brasileira. E o granjense não pode, não deve, se acovardar, se esconder quando o sapato estiver apertando. E olha que está apertado pra caramba!
E mais, a manifestação pública de ontem precisa ser enriquecida pelos os jovens. Não no grito! Sim na aplicação da cidadania, só assim podemos ter dias melhores para Granja. Nós jovens precisamos vaiar o analfabetismo, a corrupção, o autoritarismo, o coronelismo barato, as injustiças sociais, o voto de cabresto e os laranjas nos municípios do Ceará e no país. Para isso precisamos nos fazer presentes nos espaços públicos e na política local. Eu disse política e não politicagem (essa ultima é o pau que rola na cidade!). Assim dias melhores para nossa cidade não serão sonhos, mas produto real do trabalho de cidadãos e cidadãs granjenses.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Cid Gomes na cidade da Granja
A vinda do governador é aguardada com ansiedade por muitas pessoas, não simplesmente pela assinatura de ordens de serviço, mais pela palavras proferidas em publico. É que o discurso de Cid Gomes amanhã, mesmo não sendo de caráter de campanha política, ajudará ou não futuros candidatos ao pleito de prefeito e vereador na eleição desse ano.
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