segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Terra


Seria maravilhoso se o homem usasse sua inteligência tecnológica, para inventar meios de construir novos planetas Terra. Uns três mais ou menos  já dariam para o gasto. É, pois é mais fácil isso do que mudarmos nossas práticas arcaicas, afinal mudar de cultura não é uma das maiores habilidades humanas. Somos bons mesmo é em construir,  inventar.  Então  fico  me  perguntando  por  que  tal  inteligência  não  é suficiente  para  criar  novos  planetas? Ambicioso  e  impossível? Chega  a  ser  louco, insano, é óbvio. Mas difícil mesmo é mudar nossos hábitos pré-históricos. Como  se existisse uma névoa de insistência diante de olhos de muitos. Se fôssemos seres de outros planetas e nos assistíssemos,  provavelmente  ficaríamos  abismados  com  nossa  incapacidade  de aceitar o que está claro, tudo em troca de uma folha de papel, que gera status. No futuro, esse status terá aqui o mesmo valor que tem em Marte, Plutão ou qualquer outro planeta onde não há possibilidade de existirmos. 


Muitos de  nossa  espécie  conseguem  ter uma  nova  visão,  e  se desprendem dessas amarras culturais, pois  afinal  somos  seres  racionais  e  sabemos de  longas  eras que sobrevivem os que conseguem se  adaptar, e passar na seleção natural das espécies, e pior que  isso, não muito, contentes com a auto-destruição,  levamos ao fim o resto das espécies e que venha a Terra toda, afinal se não podemos existir, não daremos esse gostinho” de afundarmos  só.

Que egoísmo!


Existem até muitos de nós que incentivam a seleção e reciclagem do lixo. Existem até muitos de nós que insistem que não  sujemos os mares,  rios  e que plantemos árvores. Para alguns soaria como algo   difícil de se acreditar, mas há quem tenha essa cara de pau, de querer mudar nossos hábitos. E claro, outros muitos de nós, ao ouvirmos tal pedido absurdo, fazemos o que sabemos de melhor: não obedecemos e continuamos usufruindo com muito gosto de tudo que o planeta tem a nos oferecer. Afinal ele está aí para isso. Se sobrar algo pode ser que deixemos para os peixes, ou até para as aves quem  sabe. Mas  só  se  sobrar.


A Terra que  “se vire” para crescer e continuar nos  servindo. Afinal ainda queremos ter filhos e netos e queremos ter o nosso carro de  luxo  e eles tem o direito de ter também na sua época. Não queremos saber de falta de petróleo. Se preciso vamos abaixo do magma, no núcleo do planeta se for preciso, mas o petróleo não vai faltar. E se faltar, alguém há de criar carros movidos a hidrogênio, não queremos saber, o importante é que minha limusine tem de está na porta, quando eu sair daquele restaurante japonês, depois de ter deliciado uma maravilhosa carne de baleia, ou quem sabe aquele macarrão especial com atum. Aí, nossa racionalidade parece entrar em contradição. Parecemos mais cínicos do que racionais.

Poucos  são os que se preocupam com o planeta e em manter uma relação da parceria e não de autoritarismo com este, e essas pessoas não sabem, mas outros poucos que se preocupam,  criam meios  tecnológicos  de  convivência  saudável  com  o  planeta,  sem afetar  nossa  qualidade  de  vida  e  aqui  é  dito  qualidade  de  vida  e  não  luxo  ou desperdício, gerado por consumismos superfluos.  Quantas vezes nos perguntamos se o que vamos comprar realmente é necessário para nossas vidas, e quantos de nós  lembra o que comprou no ultimo Natal? Ou até mesmo se aquele objeto ainda existe em nosso poder?


Outras poucas pessoas criaram  leis, onde  se fossem colocadas em prática gerariam algo realmente eficaz. Essas  leis parecem tão belas que soam como poesia e tem tom poético mesmo, mas muitas vezes mais parecem obras de ficção. Como muitas vezes em nossas vidas, esse é o momento (e não no dia 1º de janeiro, ou na segunda-feira)  É  HOJE,  o  dia  em  que  devemos  escolher  entre  abdicar  do  nosso consumismo para uma qualidade de vida saudável para nós e nossas gerações futuras; devemos escolher entre mudar nossas culturas e aceitar práticas  já existentes, práticas que não teremos que fazer grandes esforços para aceitarmos, se compararmos com o esforço que deveremos fazer caso venhamos a ter um planeta com menos porções de terra que hoje, e menos água potável que hoje, menos qualidade de ar e quase nada de comida. O colapso está por um triz e nós temos a chance de sermos os protagonistas dessa etapa de nossas vidas e do planeta. E deve  ser mais uma etapa e não o fim.


Nós que já enfrentamos eras escuras, nós que criamos facilidades para nossas vidas, da roda  ao  computador,  devemos  provar  que  não  somos  apenas  inteligente mecanicamente,  temos  uma  inteligência  sentimental  e  consciente,  temos  em  nosso sangue o poder da gratidão com a Terra e não ficaremos  só nas abstrações. Tudo é uma questão de aceitar que devemos mudar nossa maneira de agir. Tudo é uma questão de cultura.


* DANIELE é granjense residente em Sobral/CE, publicou Lucidez e Loucura (poesia) e participou do jornal literário Lira Granjense.

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