UMA SÍNTESE DA ORIGEM DA GRANJA

Este imenso território do qual faz parte a nossa Granja era habitado, das serras às praias, por diversas tribos indígenas: eram Tabajaras, Coansus, Tremembés, Anacés, Arariús... Pacíficos e vivendo basicamente da caça e da pesca, eles eram os senhores absolutos destas terras.

Com a chegada dos padres jesuítas, há mais de três séculos atrás, alguns chefes Tabajaras, juntamente com os jesuítas sob a liderança do Padre Ascenso Gago, introduziram por aqui a pecuária bovina, que teve bastante sucesso.

Depois da expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, vários aventureiros europeus penetraram pelo Rio da Cruz a fim de praticar, com os aborígines desta ribeira, o escambo, que era a simples troca de mercadorias.
Os forasteiros ofertavam ferramentas e objetos de uso pessoal, no que os índios retribuíam com madeiras, animais, pássaros e outros produtos nativos.

Assim foi fundado um pequeno porto mercante à margem esquerda do Rio da Cruz, que ficava a três quilômetros abaixo da atual Granja, onde os aventureiros negociavam com os nativos.
Mais tarde aquele local passou a ser chamado de Oficinas, por ser utilizado para o abate de gado, preparação da carne de charque e seu embarque para exportação.

Documentos antigos comprovam que, por aquela época, já existia, neste local, uma pequena aglomeração de moradias: era, na verdade, o embrião da nossa Granja de hoje. Uma pequena aldeia à margem esquerda do Rio da Cruz, hoje Rio Coreaú.

Chamava-se aquela povoação de Santa Cruz do Coreaú e Camocim que, com a chegada de povoadores brancos, começou a prosperar. Isso despertou o interesse de povos e mais povos brancos, e também de indígenas, que migravam de outros recantos desta região em busca de um lugar mais desenvolvido, onde tivessem melhores condições de vida.

A partir daí, o povoado passou a chamar-se Macaboqueira. A origem desse nome tem apresentado algumas divergências. Alguns defendem a hitótese de Macaboqueira signicar “maus caboclos”, numa referência aos imigrantes, que eram considerados homens maus pelos brancos. Porém, a hipótese mais aceita atualmente é a de que o vocábulo venha de macabacuera, que da língua indígena traduz-se “palmeira velha” (macaba: palmeira, cuera: velha).

Com a chegada de um certo colono e donatário, de nome Vicente Ribeiro, que doou o patrimônio da Igreja Matriz, onde se situa hoje a nossa cidade, começou a formar-se nesta ribeira uma povoação. Foi ao redor de sua fazenda que se originou a Aldeia de Santa Cruz, a célula inicial da Granja, cidade da qual é considerado fundador esse cidadão.

Muitos foram os povoadores importantes que contribuíram para o progresso daquela aldeia que, em 27 de junho de 1776, foi elevada à categoria de Vila com o nome definitivo de Granja.

Aquele aglomerado perdurou 78 anos na condição de vila. Somente em três de novembro de 1854, através da Lei Provincial nº 692, passou a ser Cidade, sendo governador da Província do Ceará o padre Dr. Vicente Pires da Mota.

A origem do nome Granja, que significa sítio, fazenda, não é bem clara. Acredita-se, entretanto, que seja uma homenagem à Freguesia de São Brás da Granja, distrito de Évora, em Portugal, país de onde vieram muitos dos colonizadores desta terra.

Texto de Pedro Magalhães publicado no jornal Lira Granjense 2004
Link: https://pt.calameo.com/read/0020176194a30bb87b0e7

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